Locadoras se defendem como vendedoras de seminovos e usados
10/09/2022Associação das locadoras afirma que empresas respondem por menos de 2,5% dos seminovos e usados vendidos no País
As locadoras de automóveis no País foram responsáveis por menos de 2,5% de todos os veículos seminovos e usados vendidos em todo o ano passado, de acordo com a Abla (Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis). Assim, segundo a entidade, não faz sentido acusar as empresas do setor de prejudicarem o mercado de compra e venda de carros.
O mercado de seminovos e usados fechou 2021 com 11,2 milhões de unidades negociadas, conforme dados da Fenauto (Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores). “Enquanto isso, as locadoras desmobilizaram, no máximo, 250 mil seminovos ao longo do ano passado”, compara Marco Aurélio Nazaré, presidente do conselho nacional da Abla.
“A imagem de que o setor de locação atrapalha o mercado de compra e venda, ou mesmo que traz impactos no preço dos veículos dos proprietários no varejo, não sobrevive a uma análise mais profunda dos números envolvidos”, acrescenta.
A associação aponta ainda que ao redor de 50% dos seminovos das locadoras são desmobilizados diretamente para as próprias concessionárias ou para lojistas especializados na venda de automóveis usados.
Outro mito que deve ser esclarecido diz respeito à desconfiança quanto à origem do seminovo oferecido pelas locadoras. De acordo com a Abla, na verdade ocorre exatamente o contrário, já que a procedência dos veículos é uma vantagem dos seminovos de locadoras.
“No caso das empresas de locação, todos os carros são vendidos com a nota fiscal de fábrica”, explica o executivo. “Isso assegura ao comprador que se trata de veículo de único dono, no caso a locadora, e que não existe risco em relação à origem do bem que ele está comprando”.
Paulo Miguel Junior, conselheiro gestor da Abla, observa que quando o mercado de seminovos e usados começa a apresentar dificuldades de liquidez, com pátios mais cheios, a desmobilização dos ativos das locadoras vira alvo de ataques e de especulações. “Cresce a propagação de argumentos frágeis, inclusive sobre uma rejeição que não mais existe quando se fala em carros de locadoras”.
O conselheiro acrescenta que com a maior profissionalização em uma quantidade cada vez maior de empresas de locação, é natural que os carros passem pela manutenção periódica dentro dos intervalos prescritos pelas montadoras, já que a locadora não pode correr o risco de deixar o cliente na mão por conta de algum defeito no carro que poderia ser detectado antes da locação.
“Se o carro da locadora está bem conservado e com as revisões estão em dia, não há mais por que depreciá-lo”, afirma Miguel Junior.
Segundo o conselheiro, existe um padrão de qualidade nos procedimentos durante a vida útil do veículo, desde a fase de locação até a preparação para a desmobilização. Além disso, existe também, uma conscientização crescente por parte dos clientes em relação ao uso apropriado dos carros. “Até porque, nos contratos, são estabelecidas condições que geram despesas ao locatário em caso de utilização inadequada do bem”.
Fonte: terra.com.br